Num dia depois do São Mateus nada melhor que, contrariar a velha máxima popular que revela algum cansaço e desânimo no fim das festas em contraponto com o entusiasmo vivido pela novidade e curiosidade própria do período antes das mesmas.
Digo nada melhor, porque este São Mateus, tendo muito da habitual festa profano-religiosa em que se mistura a devoção, o encontro de conhecidos e amigos e o divertimento, teve uma tonalidade diferente, bem pintado pela crispação e empolgamento duma campanha eleitoral diferente e muito original. E por isso mesmo merece lugar e justifica uma reflexão.
Como disse, se em tudo o que a tradição manda nada se nos afigura referir, afirmando-se cada vez mais como momento particular a procissão dos pendões, este ano a festa viu-se acrescentada pelo período vivido de campanha eleitoral, que colocou em confronto as diferentes forças partidárias concorrentes à governação das freguesias e do município elvense. E se isso não bastasse, a novidade dum dito movimento cívico se apresentar, não pelo pensamento e pela ação dum grupo de cidadãos que trouxesse algo de novo, mas sustentado pela dinâmica individualista e egoísta duma pessoa despeitada que convive mal com a perda de poder.
Vivi intensamente este período por ter decidido regressar ao trabalho autárquico do meu e nosso concelho, empenhando-me por travar um real perigo que poderia advir duma possível vitória desse tal movimento, que decerto isolaria o concelho de Elvas e lhe cerceava um caminho de futuro.
Que tipo de convivência se esperaria, do dito grupo, com o governo e com as outras forças e órgãos da região?
Que ação esperar de quem anunciava o regresso ao “reino do betão” quando se precisa dinamizar a economia local e aproveitar os bons equipamentos e infraestruturas existentes, atraindo investimento empresarial com a consequente criação de emprego que permita a fixação de população jovem?
Em boa hora o Partido Socialista ganhou, em toda a linha, as eleições autárquicas no concelho de Elvas e o Dr. Nuno Mocinha foi a escolha certa para dirigir o executivo municipal elvense. Ganhou-as duma forma clara e convincente, porque a população do concelho rejeitou o regresso ao passado, não entendendo nem dando o aval a quem devia tornar-se merecedor da gratidão que lhe é devida pelo trabalho de 20 anos e pelo patamar a que se guindou o concelho de Elvas.
Na verdade, vivemos um momento ímpar num tempo particular de festas do São Mateus. A meu ver não devemos mostrar cansaço pelas festas passadas mas dar lugar à reflexão sobre o que se passou e buscarmos alegria e ânimo para os tempos que se seguem.
É necessário que tome lugar a humildade na aceitação dos resultados e nos mobilizemos coletivamente e de forma empenhada, tendo em vista a conquista de patamares de excelência e de afirmação do que temos de bom e podemos oferecer a quem nos procura.
Elvas e os elvenses merecem esse esforço.
Que a bênção do Senhor Jesus da Piedade, tantas vezes pedida, ilumine as mentes de quem tem maiores responsabilidades para que assim seja.
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