O PS não pode abster-se de dar o seu contributo para servir o país e deve ter em conta uma nova maioria no quadro parlamentar. Quem o afirma é Luís Moreira Testa, líder socialista no distrito de Portalegre.
Num cenário em que a coligação formada por PSD e PP saíu do acto eleitoral de 4 de Outubro na condição de força política mais votada mas perdendo cerca de 700 mil votos e ficando em minoria no país e no Parlamento, Luís Moreira Testa acentua que o PS é, por vocação, um “partido progressista, reformista e que tem como objectivo central da sua acção política a transformação da sociedade”.
“Desta forma e tendo em conta os resultados eleitorais, não pode o PS abster-se de dar o seu contributo da forma que melhor entende para servir o país. Nessa base o PS assumiu a responsabilidade de desenvolver os contactos próprios que lhe permitam avaliar as condições para Portugal possa ter um Governo estável, duradouro e com força para implementar as políticas que os Portugueses maioritariamente sufragaram e que hoje assumem uma nova maioria no quadro parlamentar”, disse.
O presidente da Federação de Portalegre o do PS, que nesta legislatura vai assumir um lugar na bancada parlamentar socialista, vê o partido e António Costa no centro da solução governativa, num momento em que tudo passa por viabilizar um governo PSD/PP ou por liderar de um executivo governamental com o apoio de PCP e BE.
No Alentejo, a possibilidade de uma solução governativa à esquerda tem assegurado apoios, bem visíveis nas redes sociais, mas também conta com posições contrárias.
Capoulas Santos (PS Évora): “Acho que o PS deve falar com todos, como está a fazer e, em função dos compromissos sólidos que obtiver, optar pelo que for melhor para o país. Partindo do princípio de que todos os votos e todos os deputados têm igual valor e dignidade. E que, em democracia representativa todas as maiorias geradas no parlamento têm igual legitimidade democrática”.
Aníbal Reis Costa (PS Ferreira do Alentejo): “A Maria da Luz Rosinha (responsável pelas autarquias) a pedido do SG do PS, numa auscultação que está a fazer aos autarcas socialistas, ligou-me, mesmo agora, para saber opinião de eventual coligação/acordo com a Esquerda. Disse que SOU CONTRA” (no Facebook)
No País, a situação não é muito diferente. Acresce a entrada em “cena” de representantes de associações empresariais, para quem a possibilidade de um governo com BE e PCP parece provocar incómodo.
António Saraiva (CIP): “Há algumas contradições e ligações contra-natura que se desenham, se não for encontrado um Governo estável da coligação com apoio parlamentar do PS ou com uma eventual participação do PS”
Marques Mendes (PSD): “Se António Costa alinhar num Governo [de esquerda] a três é um suicídio para ele e para o PS”
Catarina Martins (BE): “Estou em condições de dizer que, no que depende do Bloco de Esquerda, o governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas acabou hoje”