Ainda com mandatos por atribuir, mas com vitória certa da coligação PSD/PP, os resultados abriram já a contestação à actual liderança do PS. Aníbal Reis Costa, o socialista que preside à CM de Ferreira do Alentejo, fez notar que António Costa falhou.

No facebook, o autarca salientou que se trata de uma opinião pessoal mas não deixou de sublinhar que a derrota eleitoral desta noite exige renovação e um novo líder: “Estou a ouvir o António Costa e não consigo perceber como, perante esta evidência de um resultado desta importância (6 a 7% de a menos face à coligação) em que SÓ se conseguiu retirar a maioria absoluta ao PSD/CDS e quando tinha referido que a última eleição do PS (ganha com Seguro por 4%) era… curta! (…) Já se viu e reconheceu que Costa não conseguirá melhor do que este resultado! O PS deve apostar na renovação (coisa que não fez nestas eleições) e isso passa, obviamente por um novo líder, que saiba VERDADEIRAMENTE conduzir a uma alternativa à política de verdadeira destruição do País a que iremos continuar a assistir…”.

Note-se que, durante a noite eleitoral, Álvaro Beleza, dirigente socialista próximo do anterior líder do PS, António José Seguro, falou da necessidade de “clarificação” e de “consequências da derrota”, mas remeteu o “debate interno” para a próxima reunião da comissão política.

Maioria relativa

Ainda com votos por contar, fica claro que PSD e PP se preparam para formar governo, embora minoritário. Os próximos dias serão intensos.

“Tomarei a iniciativa de contactar o PS para procurar entendimentos indispensáveis, as reformas estruturantes da sociedade portuguesa. Como partido europeísta, [o PS] estará disponível para que reformas importantes possam ter lugar nos próximos anos, nomeadamente na Segurança Social” – Pedro Passos Coelho

Passos Coelho já deixou claro que o próximo Orçamento será o momento de “deixar as medidas de austeridade para trás”.

À esquerda, BE e PCP já se demarcaram da defesa de um novo governo PSD/PP. E Costa prepara-se para levar o PS a um rumo que tanto pode significar uma abertura à direita como um piscar de olho à sua esquerda.

“Não inviabilizaremos um Governo sem ter um Governo para viabilizar” – António Costa

Acresce que, mesmo assumindo a derrota, Costa não tem intenção de se demitir.

A mulher da noite foi, sem dúvida, a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins. “Não será pelo Bloco de Esquerda que a maioria conseguirá formar Governo”, ditou a dirigente bloquista.

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