Cavaleiros, treinadores, palafreneiros, criadores, proprietários de cavalos, veterinários, ferradores, comités organizadores, entidades públicas, entidades e sociedades privadas emitiram na semana passada um Manifesto Mundial, que circula desde essa data pela internet, onde contestam as recentes decisões unilaterais tomadas pela Federação Equestre Internacional (FEI) a qual suspendeu, por tempo indeterminado, a Federação Equestre dos Emirados Árabes Unidos sem, no entanto, “encontrar as condições para resolver a sério o problema”, decisões que poderão marcar de “modo indelével a história do endurance e podem vir a condicionar fortemente as perspectivas de desenvolvimento a nível mundial”, refere o panfleto em circulação.

Consideram ainda que a “presença da Federação Equestre dos Emirados Árabes Unidos constitui, há muitos anos, uma certeza absoluta que favorece o desenvolvimento e a afirmação do endurance em todo o mundo, aumentando a sua notoriedade devido ao maior número de associados e à sua cada vez maior difusão internacional, assim como “determinou vantagens em termos desportivos para o desenvolvimento do desempenho dos cavalos e, em termos de criação, para a qualidade, a genealogia e o número de poldros nascidos em cada ano”, afirmam.
Por conseguinte, continuam, “a presença da Federação Equestre dos Emirados Árabes Unidos determinou efeitos positivos a nível mundial, que não devem ser ignorados, nomeadamente no que concerne as oportunidades económicas” proporcionadas a territórios, sociedades e estrebarias, graças às quais estas entidades puderam afirmar-se e aumentar os seus lucros”.
Por conseguinte, “as recentes decisões unilaterais tomadas pela Federação Equestre Internacional causaram uma situação que está a envolver dezenas de milhares de pessoas, as quais, dentro em breve, poderiam ficar sem emprego nos sectores da criação e da preparação dos cavalos, da produção de materiais e equipamentos, da organização de manifestações e do fornecimento de serviços. As recentes decisões, unilaterais, tomadas pela Federação Equestre Internacional foram graves também no que concerne o desenvolvimento e a consolidação das relações institucionais que surgiram por efeito da presença da Federação Equestre dos Emirados Árabes Unidos nos acontecimentos mais importantes de endurance no mundo”.
Assim, pelas razões acima indicadas e para o futuro do endurance, o Manifesto solicita, formalmente, que a “Federação Equestre Internacional reconsidere a sua posição e avalie os danos que seguiram ao acto deliberado em 12 de Março de 2015 para o desenvolvimento e a expansão do endurance e as referentes consequências económicas e financeiras”. Igualmente solicitam que “a Federação Equestre Internacional procure uma solução partilhada com a Federação Equestre dos Emirados Árabes Unidos, e com todos os que participam neste desporto, com o fim de aplicar os regulamentos e o espírito leal desportivo e de salvaguardar o bem-estar dos cavalos”.

O Manifesto pode ser assinado em www.futurendurance.com

Devido a esta decisão da FEI, a Federação Equestre Portuguesa (FEP) proibiu a comissão organizadora do CEI Atoleiros, em Fronteira, de receber qualquer apoio vindo dos Emirados Árabes Unidos e de poder manter o logótipo do Global Arabian horse flat racing Festival a realizar naquele concelho alentejano.

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